Ainda há Super heróis

Já se sabe que ser mulher não é fácil, ser mulher sozinha e independente muito menos…E muito menos ainda à uma da manhã com um frio de rachar e com um carro com muito pouco tempo de vida.
Ontem ia eu sossegadinha para casa, quando um cão vadio pulguento se atravessa no meu caminho, levando-me a bater no separador (não me chamem nabiça, nem azelha, porque até mostrei bastante sangue frio).

Eis-me sozinhinha da silva a ligar para o seguro que não aparecia nem por nada, felizmente com danos apenas na jante (estraçalhada) e no pneu, que ficou mais baixo que as minhas tentativas frustradas de fazer bolo.
Ainda assim devo ter algum santinho lá em cima, porque apareceu a super mulher e uma ajudante - como é que se chama à ajudante da Super Mulher? Ou ela é uma heroína solitária? - e em menos de nada, mudou-me o pneu e pôs-me o carro operacional. Não sei o nome da senhora, nem de onde saiu, mas sem ela provavelmente a esta hora ainda estava à procura do macaco e a tentar tirar o pneu sobresselente.
No meio da saga - onde perdi o telemóvel, entretanto já reaparecido - adorei ver o fantástico trabalho das nossas forças de segurança, tão zelosas e simpáticas. Passou por nós um carro da Polícia e …Só isso, passou e andou! Muito bom saber que podemos confiar nos xôres Agentes.
Como um precalço nunca vem só, a desgraçada da minha salvadora ficou sem bateria e não houve outra hipótese senão pôr o carro a pegar de empurrão- salvo seja- e aí só conseguimos com a ajuda dos homens do camião do lixo. Basicamente, depois de ontem nunca mais vou poder reclamar quando ficar presa no trânsito nas ruas apertadinhas de Lisboa atrás dos camiões do lixo.
Tendo em conta que a Super Mulher pode não andar a sobrevoar a minha área na próxima situação de apuros, que o turno de limpeza do lixo já pode ter acabado, que não se pode contar com a Polícia neste país e com os próximos 2 casamentos…Está mesmo na altura de arranjar namorado!!!