Não temos nada, mas temos temos tudo...

Este fim-de-semana tive um reencontro com um amigo especial, alguém que já não via há uns 3/ 4 anos, alguém de quem eu gosto muito e com quem falo frequentemente, apesar de morar em Oslo. Como boa anfitriã que sou levei o meu amigo norueguês a jantar a um sítio giro – não, não o pus a comer bacalhau! -e depois a beber um copo.
Embora ele já conhecesse Lisboa, o facto de estar na cidade sem ser a turismo deu para fazer algumas constatações engraçadas, uma visão de Portugal por alguém tão diferente, com hábitos tão diferentes…Partilho aqui algumas:
-Não há portugueses iguais: há pessoas altas, baixas, magras, gordas, louras, morenas. Não há propriamente um estereótipo do português (a);
-A noite em Portugal começa tardíssimo;
- A nuvenzinha (ou melhor, a mega nuvem) de fumo nos restaurantes e bares, impensável num país tipo Noruega;
- a má condução dos portugueses...Alto aí, não estejam já a pensar que esta constatação derivou da minha exímia condução. Quer dizer, aquela parte em que eu não vi o semáforo e o polícia me bateu no vidro não ajudou lá muito!;
-embora os portugueses sejam todos diferentes, o ponto comum é o penteadinho “à Pin y Pon”, claro que esta expressão é minha;
-o excesso de louras num país onde supostamente toda a gente seria morena;
-Lisboa é na verdade uma aldeia, onde estamos sempre a encontrar pessoas conhecidas;
- a nossa forma de falar, normalmente expressiva, acompanhada de muito gesticular e gargalhadas sonoras, contrastando com as suas frases calmas, pausadas e sempre no mesmo tom.

No final acho que o meu amigo foi embora bem triste – saudades minhas em antecipação - porque embora seja mais rico, mas mesmo muito rico, foi com uma pontinha de inveja e com a sensação de que, muito ao jeito da Floribella, somos pobres em ouro mas ricos noutro tipo de coisas!