18 agosto 2008

Pouca terra, pouca terra...

Ontem (re) descobri da pior maneira o porquê de ter deixado de andar de comboio em grandes deslocações…Subitamente Agosto parece-me o mês das revelações, é que para além desta “iluminação”, lembrei-me do porquê de nunca tirar férias em Agosto quando cheguei à praia num final de tarde e a encontrei cheiinha de “avecs”.
Mas voltando ao comboio, que é o tema deste post, ontem não poderia ter corrido pior, senão vejamos.
A viagem começou já com um atraso de 40 minutos, que, após 315 paragens e apeadeiros, se converteu em 1h15. O percurso já era mau, mas desde que há algum tempo atrás alteraram ficou consideravelmente pior, sendo que estragaram-no e atiraram areia para os olhos das pessoas. Passou a ter mais 3 ou 4 paragens e nos horários passou a chegar mais cedo, é um bocadinho equivalente a uma pessoa engordar 10 kgs e passar dum 36 para um 34.
Para animar a festa, o meu vizinho do lado era nada mais nada menos que um clone dum elemento duma banda de sertanejo cruzado com Roque Santeiro com chapéuzinho à cowboy e com outros itens a ligá-lo à vida selvagem: um belo cheiro a cavalo. O seu companheiro de viagem – para além do cheiro - nada mais nada menos que um belo garrafão de vinho!
Para animar o comboinho dos horrores, uma família inteira que ocupava praticamente metade da carruagem com ar de quem tinha vindo directamente do Bairro do Cerco, sendo frequentes miminhos por parte de um dos petizes –uns 6 anos - como “as gajas…bué…yá…”.
Para demonstrar a eficiência e a qualidade dos serviços de transportes públicos, havia mais uns 50 bilhetes vendidos que os lugares disponíveis, resultando em pessoas de pé no meio do caminho e praticamente a esganar o revisor. Um quadro bonito, podia jurar que estava na índia ou no Bangladesh.

Tudo isto e eu sem pilhas no mp3…
Nunca fiquei tão contente por ver o meu querido Peugeot 107.

Update: Na linha da CP e no site ninguém viu, ninguém sabe, como é a política do reembolso. Ora, mas que bem!
Mais ainda: a senhora da linha tem a distinta lata de me dizer que, como o comboio já saiu com o atraso, eu não devia sequer ter entrado. Ou seja, por outras palavras…Olha, estava atrasado, não ias trabalhar!

4 comentários:

Anónimo disse...

Eu, Jacinto Leite Capelo Rêgo, revisor de terceira claçe da CP venho, pelo direito que me é concedido no Decreto-Lei que a isto diz respeito, dizer de minha injustiça e rebater um por um os argumentos da senhora Avelina aqui descritos neste berloque.

1-ora, se o cumboio arrancou com atraso de quaranta minutos foi derivado à carreira que vinha de monte-mião e que, segundo fontes terceiras, sofreu de esbaziamento dos dois pneus posteriores do lado direito, pondo em causa a segurança dos passegeiros e o chófer teve de preceder à troca dos referidos pneumáticos atrás referidos. Como o chófer é o meu cunhado Azebedo e, por conseguiste, marido da minha irmã Felismina, eu como revisor responsável pelo transporte de pessoas humanas, tive de mandar o maquinista não avançar até a carreira chegar.

2-é público e ainda há 15 dias saiu no quinzenário de grande tiragem "Noticias da minha terra" que a viagem a que esta senhora se refere não tem 315 paragens e apeadeiros. ora toda a gente sabe que que as paragens se fazem nos apeadeiros, logo reduzindo o seu númbro para metade. ainda assim tenho ordens superiores para transmitir que também não são 157,5 paragens uma vez que não há meias paragens. é comum a confusão designadamente com o meio bilhete, vá. o númbro real de paragens são só 20, tendo voça exelência embarcado na 6ª e apeado na 19ª não tendo, por isso, razões de queixa.

3-essa diferença de 35 minutos a que designadamente se refere deriva de me terem roubado um dos 7 garrafões de vinho que o meu cunhado Azebedo me veio trazer à carruage para eu consumir nos 3 dias em que vou ter formação em Lisboa e dar um ao máquinista e outro à minha prima que trabalha em Lisboa. de cada vez que o cumboio parava eu tinha de me certificar que o larápio não saía da cumposição com propriedade alheia. derivado disto demorou mais um poucochinho de tempo.

4-a viage sempre teve o mesmo númbro de paragens e a razão de demorar mais tempo já foi atrás referida mas numa coisa tenho de lhe dar razão a você: ter mais 3 ou 4 paragens e ser mais rápido é izatamente igual à menina passar dum 36 para um 34... impossível!

5-quanto ao seu vizinho, não pode reclamar uma vez que eu mais o motorista tratamos dele. o cabrão tinha-me roubado o garrafão.

6-é mentira que tenham sido vendidos mais 50 bilhetes. passou-se foi que, uma vez encontrado o garrafão e tratado o gatuno, resolvi dar uma pequena festa no vagão onde a senhora Avelina biajava e dar logo ali cabo do garrafão. os passegeiros das cumposições vizinhas acercaram-se para partilharem do cumbibio.

7-é também mentira que eu estibesse a ser esganado, uma vez que até estava a gostar, vá. derivado da proximidade ainda afalfei algumas gaijas.

8-se lhe parecia que estava na Índia, então devia ser porque pareceu ter visto o seu namorado a vender flores.

9-se se tibesse dirigido ao vagão restaurante, além de encher a môrca e o bandulho, podia ter adquirido as respectivas pilhas referidas.

10-a senhora que refere no último parágrafo é minha prima, por isso mais respeitinho.

FCavaco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
FCavaco disse...

Gaijaaa, parece-me que andas mal com a vida ultimamente, a julgar pelos teus posts!

Uhmmm, alguém não anda a fazer "bem" os trabalhos de casa, cheira-me!

Adélie disse...

Filipe,
Não faço ideia a que é que te referes, porque a vida até corre bastante bem...
Basta ver posts anteriores!Agora levar com a incompetência dos outros é que não se aguenta...