Ontem (re) descobri da pior maneira o porquê de ter deixado de andar de comboio em grandes deslocações…Subitamente Agosto parece-me o mês das revelações, é que para além desta “iluminação”, lembrei-me do porquê de nunca tirar férias em Agosto quando cheguei à praia num final de tarde e a encontrei cheiinha de “avecs”.
Mas voltando ao comboio, que é o tema deste post, ontem não poderia ter corrido pior, senão vejamos.
A viagem começou já com um atraso de 40 minutos, que, após 315 paragens e apeadeiros, se converteu em 1h15. O percurso já era mau, mas desde que há algum tempo atrás alteraram ficou consideravelmente pior, sendo que estragaram-no e atiraram areia para os olhos das pessoas. Passou a ter mais 3 ou 4 paragens e nos horários passou a chegar mais cedo, é um bocadinho equivalente a uma pessoa engordar 10 kgs e passar dum 36 para um 34.
Para animar a festa, o meu vizinho do lado era nada mais nada menos que um clone dum elemento duma banda de sertanejo cruzado com Roque Santeiro com chapéuzinho à cowboy e com outros itens a ligá-lo à vida selvagem: um belo cheiro a cavalo. O seu companheiro de viagem – para além do cheiro - nada mais nada menos que um belo garrafão de vinho!
Para animar o comboinho dos horrores, uma família inteira que ocupava praticamente metade da carruagem com ar de quem tinha vindo directamente do Bairro do Cerco, sendo frequentes miminhos por parte de um dos petizes –uns 6 anos - como “as gajas…bué…yá…”.
Para demonstrar a eficiência e a qualidade dos serviços de transportes públicos, havia mais uns 50 bilhetes vendidos que os lugares disponíveis, resultando em pessoas de pé no meio do caminho e praticamente a esganar o revisor. Um quadro bonito, podia jurar que estava na índia ou no Bangladesh.
Tudo isto e eu sem pilhas no mp3…
Nunca fiquei tão contente por ver o meu querido Peugeot 107.
Update: Na linha da CP e no site ninguém viu, ninguém sabe, como é a política do reembolso. Ora, mas que bem!
Mais ainda: a senhora da linha tem a distinta lata de me dizer que, como o comboio já saiu com o atraso, eu não devia sequer ter entrado. Ou seja, por outras palavras…Olha, estava atrasado, não ias trabalhar!